Na traseira, por exemplo, um par de lanternas gringas, da americana In.Pro., salta aos olhos e causa inveja até no mais conservador proprietário de A3. O pára-choque incorporou um enorme extrator de ar que, com a asa montada sobre a tampa do porta-malas, tem a função de proporcionar mais chão ao hatch - principalmente em velocidades mais elevadas. Uma ponteira de escapamento bocuda completa o estilo traseiro. O perfil do A3 gaúcho também é “tri-legal”. O adesivão cinza com os quatro elos da marca alemã colado sobre a carroceria prateada chama a atenção, mas está longe de ser algo “forçado”. Um conjunto de rodas Mile Miglia aro 18, calçadas com pneus Yokohama de perfil baixo, garante estabilidade nas curvas e grip para arrancadas violentas. A saia abaixo da porta reforça o estilo socadão. Os retrovisores originais deram lugar a modelos estilo M3.

Na frente, nada muito radical. O pára-choque teve uma abertura talhada na sua parte inferior e uma telinha metálica protege a colméia , do intercooler de pedras e insetos vacilões que não tiverem tempo de sair da frente do Audi canhão. Na grade superior, a plaquinha AVR reforça a personalidade nervosa desse A3.

Interior insano

Agora que já vimos o exterior, vamos entrar na bagaça. Antes de virar a chave no contato é impossivel não pagar um pau no interior. Os bancos dianteiros são da MOMO, com tecido vermelho e detalhes em amarelo. Para que o banco traseiro não destoasse do conjunto – o original é de couro preto – o propietário solicitou formalmente ao importador da marca italiana uma autorização especial para bordar o logo da MOMO no encosto. Laterais de porta também ganharam tecido vermelho e apliques de alumínio, estilo chão de ônibus – a mesma combinação foi adotada na tampa interna do compartimento de bagagens. À frente do piloto, junto à coluna esquerda, um conta-giros Monster e um manômetro de turbo (ambos Auto Meter da série Lunar) auxiliam na tarefa de conduzir a fera da melhor forma possível. Volante, pedaleiras e manopla de câmbio também são da MOMO, numa valiosa combinação com os bancos.

Depois de pirar o cabeção com tantos equipamentos de primeiríssimo nível, é melhor dar uma relaxada antes de acelerar a caranga. E que tal deixar a adrena baixar ouvindo uma música? Qualquer que seja a trilha sonora, uma coisa é certa: o som ambiente será cristalino e forte. Na dianteira, um par de tweeters e de alto-falantes médio-grave se encarregam de reproduzir as freqüências de voz e de alguns instrumentos menos pesados. A pancadaria mesmo vem do porta-malas, mais precisamente de um subwoofer quadrado de 10", montado numa caixa selada. Detalhe: todos os alto-falantes são da Kicker. Mas o melhor desse projeto de sonorização do Audi é, definitivamente, o DVD Kenwood. Seu display de cristal líquido escamoteável é do tipo touch-screen, que possibilita o acionamento dos principais comandos através de suaves toques na tela. Quem viaja atrás também pode "mexer" no som, basta usar o controle remoto sem fio.

Pois é chegou o melhor momento: vamos dar um role no Audi Super-Tunning! A descarga de potência nas rodas é tão violenta que o melhor a fazer é desligar o controle de tração e curtir as lixadas dos pneus Yokohama depois que cada marcha é engatada. A válvula de prioridade é um arregaço: espirra muuuuito forte! Claro que a pressão de trabalho de 1,3 kg ajuda, mas o mérito do espirro matador é mesmo da corneta bem desenhada. O "alquimista" que deixou o A3 com o diabo no corpo é Ronald Funari, da Funari Automotiva, de São Paulo. O preparador lembra que "O maior desafio no acerto do carro foi conseguir trabalhar com o acelerador eletrônico, pois trata-se de um sistema extremamente complexo". Mas o fato é que os 336 cv de potência e 44,4 kgfm de torque no motor ao final da preparação recompensam qualquer trampo extra. A turbina original foi substituida por outra maior, uma KKK 16. Para poder andar mais tranqüilo, Funari fez a conversão do motor de gasolina para álcool. Experiente, ele tratou de instalar um sistema de partida a frio. "O carro vai rodar no Sul do Brasil, onde o frio é muito intenso. Um sistema auxiliar de injeção de gasolina é praticamente obrigatôrio", comenta Ronald. Velas NGK BKUR7, mais frias do que as originais, otimizam a queima do álcool injetado pelos bicos originais retrabalhados.

Linha de pressurização, kit de admissão, e acerto de chip saíram da própria Funari. Apenas o sistema de escapamento foi terceirizado e utiliza escape 2,5 polegadas. Polia, comando de válvulas e wastegate permaneceram originais. Para reduzir a altura do seu carro, O propietário optou por um sistema híbrido, de rosca na frente e com amortecedores reguláveis a ar na traseira. Molas Eibach completam o upgrade da suspensão. É, infelizmente acabou a diversão. Mas pode ser que a bríncadeira se repita daqui alguns meses, pois seu proprietário já tem novos planos para o A3: "Um kit nitro já está na mão e atê o final do ano estou pensando em aumentar o veneno com pistôes e bielas forjados", conta o propierário. Estaremos esperando ansiosamente...

Quanto Mais Frio, Melhor

Regra básica: quanto mais baixa for a temperatura do ar no sistema de admissão de um motor, melhor será o seu rendimento. Com base nesse princípio, a preparação do A3 Incluiu um enorme radiador de ar (intercooler), com volume intemo de 12 litros (1). Achou muito? Pois saiba que esse intercooler suplementar ainda trabalha em conjunto com o original de fábrica.(2)