
O maior projeto tuning do Brasil está a todo vapor e mobilizando
uma série de empresas de performance. Componentes internos reforçados,
um kit turbo completo e pronto para entrar em produção e
até mesmo câmbio com engrenagens mais resistentes têm
sido desenvolvidos graças ao 300 ZTR.
O estilo "new edge", criado pelos designers da montadora americana,
arrebatou uma legião de fãns por todo o mundo. A própria
fábrica tem se aproveitado disso com uma série de versões
esportivas como o XR por aqui e a ZX 2 no EUA, e as mais "apimentadas",
como a americana SVT e as européias ST e RS.
Um dos maiores entusiastas deste visual anguloso é um empresário
de 60 anos de idade que prefere não se identificar, que gostou
do automóvel desde o lançamento e logo tratou de comprar
o seu.
Todos os opcionais disponíveis para o modelo até então
foram solicitados, e o Guia Verde é realmente bem completo, oferecendo
conforto de sobra para seus ocupantes. O único se não ficou
por conta do motor 2.0 16V derivado do Mondeo, apesar de 130 cavalos (neste
ano modelo, depois a potência foi reduzida para 126 HP), o torque
máximo só aparece em rotações muito elevadas,
comum em motores multiválvulas, mas muito acentuado no motor Ford,
e para ajudar o câmbio é mais logo que o habitual em carros
desta categoria no Brasil.
Para solucionar este problema, nada melhor do que instalar um kit turbo.
O ínico detalhe á que o nível de ruído e de
confiabilidade deveriam permanecer quase intocados, e a preparadora escolhida
para a tarefa foi a Funari Automotiva de São Paulo. A empresa está
em constante aperfeiçoamento, começou com a reprogramação
de chips para sistemas de injeção originais e veio evoluindo
até o estágio atual. Hoje conta com uma equipe de mecânicos,
dinamômetro de chassi Mustang, equipamentos de análise de
sistemas de injeção e de monitoramento de mistura de última
geração, e está montando um centro de usinagem para
a fabricação de alguns componentes exclusivos, que atualmente
tem sua fabricação efetuadas por terceiros, "...estamos
montando um centro de usinagem para melhorarmos a qualidade dos produtos
atuais e aumentarmos a flexibilidade no desenvovimento de novos componentes,
às vezes você precisa fazer um ajuste ou uma alteração
em determinada peça e tem que parar todo o projeto por algum tempo.
O centro nos trará grande agilidade." Explica Ronald Funari,
proprietário da empresa. Entre os produtos exclusivos, o que mais
faz sucesso entre os preparadores é o colotor de escape para os
motores 1.8 turbo que equipam o Gof GTi e Audi A3, fundido em ferro nodular
e com provisões para turbos com caixa quente normal ou com "o
pé invertido", como as KKK K16. A peça mostra uma qualidade
de projeto e construção invejáveis.
Já tenho o objetivo de performance traçados para o Focus,
a construção começou pela escolha do tubo Lacon Schwitzer
com dimensões similares às das Garret T2, que fornace uma
resposta
em rotações baixas, mesmo que, para isso, haja prejuízo
de potência em regimes mais elevados.
O coletor de escape foi fabricado pela Giba Escapes Especiais, utiliza
tubos de aço carbono e conta com revestimento cerâmico para
uma menor emanação de calor, o sistema de escape foi desenvolvido
pela mesma empresa com 2,25" de diâmetro, abafador Giba e silencioso
original, tudo discreto e silencioso.
Toda a passagem do ar admitido e pressurizado recebeu enorme atenção
dos preparadores; o sistema de injeção Ford EECV 5 utilizado
no hatch conta com sensor de massa de ar (MAF) alterado, fabricado na
própria empresa para medir a qualidade do ar a ser admitida. Sensores
como este são extremamente sensíveis e todo o automóvel
com admissão forçada que possuir tal sistema, deve ter um
admissão de ar e pressurização perfeitamente vedadas
e contar com válvula do tipo blow off (ou by pass, ou prioridade...)
com a descarga, se possível, ligada ao turbo no filtro de ar para
que a leitura não fique prejudicada, nem pelo retorno de ar pela
turbina com a borboleta fechada e nem pela descarga na válvula
de atmosfera. O sistema de injeção sofreu intervenção
de módulo do tipo "piggy back", que altera as informações
enviadas pelos sensores para o módulo original, o sistema é
programável com software próprio.
O cuidado se reflete desde a fixação do MAF, que é
extremamente sensível a trepidações e choques, até
à válvula by pass Basch ligada à admissão.
Todo asse cuidado e técnicas envolvidos são percebidos,
ou melhor, desaparecidos ao andar com o veículo; o carro funciona
como se fosse turbo original de fábrica, sem nenhum tipo de falha,
ruído ou buraco em nenhuma faixa. O acerto é perfeito, principalmente
por se tratar de uma injeção que poucos dominam por aqui.
Dos bicos de injeção trabalhados às velas de ignição
escolhidas, tudo parece ter casamento perfeitamente. O resultado? Duzentos
e vinte cavalos com 0,8 bar de pressão de turbo e álcool
como combustível, medidos no Mustang, distribuídos, perfeita
e discretamente, pelo luxuoso Focus.
Mal posso esperar pelo 300 ZTR que só tem "um pouco"
mais de equipamentos.
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