Nada de Turbina, blower, nitro ou qualquer outra receita mais radical, o Mitsubish Colt do goiano Rodrigo Saraiva recebeu "apenas" um tapinha aspirado. O fato é que a preparação foi tão bem executada que o hatch japonês encerrou o ano de 2002 como campeão goiano de arrancada, na categoria "Importados" - na sua melhor passada nos 402 metros, registrou um tempo de 14,636 segundos.

A história toda começou em dezembro de 2001, quando Rodrigo comprou seu Colt 1995. "Sou o segundo dono do carro, o primeiro era um piloto de rali. Aliás, nem sei se o cara fez alguma prova com meu Colt...", desconfia Rodrigo, em tom de brincadeira. Mesmo que a dúvida do atual proprietário não se confirme, a robustez do Mitsu já está confirmada. Afinal, já faz um ano e meio que roda com uma preparação aspirada, encomendada em oficinas paulistanas.

A missão de rechipar o Colt ficou a cargo da Funari Automotiva. Estudante de engenharia mecânica automotiva, o dono da bagaça usou seu Colt como cobaia. "Eu mesmo fiz ao colotores de admissão e de escape", afirma Rodrigo que também é propietário da Design Motorsport, uma loja especializada em acessórios de tuning e performance. "Acho que o trampo ficou de qualidade, pois as peças continuam inteiras até hoje. E funcionam muito bem, claro.", vangloria-se Rodrigo.

Os bicos injetores são os mesmos, originais, mas com maior capacidade de pulverização de combustível, obtida através de um processo de eletroerosão. Um par de bombas elétricas do Mitsubishi Eclipse Turbo pressuriza a linha de combustível com 4,5 kg.

Para conseguir um bom desempenho nas pistas sem comprometer a dirigibilidade no uso diário, o goiano optou por uma solução prática: dois chips, um para cada aplicação. O chip "de rua" é acompanhado de velas originais (Denso BKR 6EKS), que quimam gasosa. Já o chip "de arrancada" trabalha com velas Sagen F3, queimando avgas (gasolina de aviação). No dinamômetro o Colt registrou velocidade máxima de 251 km/h, provando que o motor quatro cilindros 1.8 16V tem fôlego - claro que no asfalto esse número é mais modesto. Um kit de admissão direta da STP, com mangueira, tubo e filtro, captam o ar de dentro da caixa da roda direita.

Preocupado com o visual do carro, Rodrigo tratou de desenvolver o desenho do pára-choque com o auxílio de um computador, através do AutoCad. Além de bonita, a peça é eficiente, pois redireciona o fluxo de ar para o radiador, melhorando a arrefecimento. Rodas Evo R aro 17", da TSW, calçadas com pneus Yokohama A520 nas medidas 205/40 complementam o visual do Mitsu.

Ávido por desempenho, Rodrigo promete: "Nos próximos meses vou colocar um kit turbo, com direito a intercooler e tudo mais". Vamos ver se não fica só na promess